sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sim, é possível !!!


Não percebo, sinceramente, o tamanho “sururu” que (de)corre do facto do Bloco de Esquerda, ontem e no sítio certo, na Assembleia da República, ter anunciado que dia 10 de Março p.f. apresenta(rá) uma moção de censura ao Governo.
E, acima de tudo, não percebo a manhosa (sem aspas) argumentação da grande maioria de analistas, paineleiros (assalariados das TV´s), de políticos etc, etc …
“Colossal irresponsabilidade” classificou José Sócrates; “tiros nos pés” alvitrou Vitorino ( o “garrafa”); “grande desilusão” eis o estado de espírito de Carlos César etc, etc …
É que, antes de mais, a apresentação de uma moção de censura é um direito que assiste a qualquer partido com representação parlamentar e, desde 25 de Abril de 1974, já foram apresentadas 19 (dezanove) moções de censura e uma, só uma, em 1987 e no Governo minoritário de Cavaco Silva, foi aprovada.
Ignora-se, propositadamente, que, antes e de forma clara e inequívoca, o Bloco de Esquerda face aos cenários “idílicos” com que o Governo “analisa” o país que, ao que parece, só serão “vivenciados” pelo primeiro-ministro, desafiou o Governo a apresentar uma moção de confiança que, acto contínuo, foi rejeitada pelo “menino de ouro”.
Só, então, e perante a recusa do Governo em apresentar a moção de confiança, é que o Bloco de Esquerda avançou com a moção de censura.
Que, repito : é um direito que lhe assiste.
O Bloco de Esquerda explicou o porquê da (sua) decisão, o que tem sido propositada e olimpicamente escamoteado por todos os analistas.
Há, para esta decisão, uma determinação e três razões :
- responder ao facto do contrato social de solidariedade estar a ser rasgado, destruindo a vida às pessoas;
- a defesa dos desempregados de longa duração, que não só já não têm subsidio de desemprego nem conseguem trabalho
- metade dos trabalhadores vivem em situação totalmente precária, em falsos recibos verdes, em offshore laboral
- impedir e parar as medidas do governo que vem atentando contra a vida das pessoas que estão a ser vítimas deste governo
Estas são, portanto, e em meu entender, razões mais que suficientes para travar as políticas neo-liberais deste PS que, sem vergonha e de há muito, abandonou a (sua) matriz socialista.
Para acabar com as medidas “vendidas” - com muito marketing politico à mistura – como sendo inevitáveis e com a falta de ética que campeia na vida publica.
Agora, é esperar para ver como se comportarão os outros partidos em oposição a este partido dito socialista.
Haja coragem, pois : sim, é possível …

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