sábado, 31 de janeiro de 2009

Iraque: escultura do sapato



Apesar de todo o sofrimento e morte, o povo iraquiano mantém o sentido de humor. É também uma homenagem a um acto de coragem de um jornalista, Muntadar al-Zaidi, Ler também a propósito, "Pela criação da «Ordem do Sapato»".
Muntadar al-Zaidi arrisca-se a apanhar pelo menos três anos de prisão e os seus advogados consideram a sua vida em risco, tendo recentemente lançado um pedido de asilo às autoridades suiças.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Azar : má sorte, contratempo(s) …

Hoje, logo pela manhã, o azar – ou, lá o que isso, do azar, possa ser - bateu-me à “porta” ; porque chuviscava, o chão estava naturalmente molhado e à entrada para o Metro de Telheiras, com o piso estupidamente escorregadio, lá me estatelei ao comprido …
Percebi, pelo impacto da queda, que poderia ser algo de grave; pelo menos, o inchaço e dores no tornozelo direito assim o indiciavam.
Dirigi-me, então, ao Hospital dos SAMS onde fui devidamente observado e radiografado.
A Médica, por sinal muito simpática, ao “ler” o resultado das radiografias disse-me que tinha uma boa e uma má noticia :
- a boa : é que, em principio, não terei necessidade de ser operado;
- a má : estarei engessado e por um período de 6 a 8 semanas;
Dia 9 de Fevereiro regressarei ao Hospital para ser, então, radiografado e para saber se, afinal, a “boa” notícia se verifica(rá).
Enfim, estou, assim e agora, “empalamado”, e só com a ajuda de canadianas, com as quais tenho que aprender a “conviver”, é que (me) poderei locomover …
É assim, e como se diz, lá, na minha Ilha de S. Miguel :
“um mal nunca vem só …"
E tudo isso, numa altura em que temos que JUNTAR FORÇAS !!!
E, ainda e para cúmulo, tenho uma “bota” azul;
- se, esta, ao menos fosse Vermelha, do BEnfica !!!
Em tempo : e ainda, e para compor todo este "ramalhete", não irei - pela primeira vez, em muitos anos a esta data - representar o meu Clube, o Clube de Ténis do Paço do Lumiar, na fase regional do Inter-Clubes; contudo, e porque tenho confiança absoluta nos meus companheiros, lá estaremos na fase final, no Nacional, onde contarei estar ... e com as duas "perninhas"...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Banqueiros descarados

Não sei que mais admirar: se, aqui há tempos, o descaramento de João Rendeiro que, no próprio dia em que foi declarada a insolvência do Banco a que presidia, lançou um livro em que se propõe contar, na primeira pessoa, ‘a história de quem venceu nos mercados’ (!!), dando até conselhos para investir com segurança!!!; ou se, agora, a tocante ‘candura’ de Fernando Ulrich ao afirmar a vestal castidade, a virginal pureza, a imaculada ‘conceição’ do Banco a que preside, relativamente às tramas, artifícios e mil e uma manigâncias que conduziram à presente crise financeira!!!!!

A estes dois banqueiros exemplares e acima de qualquer suspeita, a estes dois impolutos intervenientes numa crise em que foram activos participantes – que, por sinal, vai ser paga por aqueles que para ela em nada contribuíram, não pelos que a causaram, a fomentaram e, pelos vistos, nela persistem – a vergonha não lhes tolda a ousadia, os percalços sofridos de forma alguma lhes tolhe ou altera a orientação! Acometidos do ‘vírus liberal’, persistem no erro, tal qual os cardeais que condenaram Galileu.

Eppur si muove!”, pois ambos se encontram atascados até ao tutano na imundície que salpicou os mais virtuosos dentre eles e que fede até à náusea (trata-se ‘apenas’ de dois dos mais lídimos exemplos de fé nas acrisoladas virtudes da eficiência dos mercados - com expressão máximo nos ‘off-shores’!), mas exibem-se em público munidos do maior desplante garantindo inocência e alardeando seriedade.

Ainda assim e contra o que pode parecer mais evidente perante a actual situação das respectivas instituições, considero a atitude do primeiro bem mais honesta que a do ex-jornalista do Expresso. Ao contrário deste, que explica os maus resultados próprios com as asneiras alheias, desresponsabilizando-se totalmente do que aconteceu, o primeiro soube reconhecer a sua incompetência. E não assumir a postura do menino queixinhas que, quando acossado, decide disparar em todas as direcções, na tentativa desesperada de salvar o seu próprio ‘coiro’. O que até sugere o devido nome a dar à ‘personagem’!

É nos famigerados ‘off-shores’ que se celebra o supremo avatar da religião liberal – o ritual mágico dos buracos negros financeiros – pois eles contêm a fórmula da máxima rentabilidade líquida (livre de impostos e de indiscrições). Dado que a generalidade das Instituições Financeiras, públicas e privadas, utilizou (e utiliza!) estes ‘veículos’ de sucesso, apetece aqui citar, recorrendo a outras religiões, o episódio bíblico da ‘mulher adúltera’ e, por equiparação, colocar aos paladinos dos excelsos talentos auferidos nesses ‘paraísos fiscais’, o clássico desafio: “que atire a primeira pedra quem – recorrendo a tais expedientes – estiver inocente!”. Quem se atreverá, então?

Entretanto, destes menos edificantes episódios talvez se aproveite o bastante para deles se extraírem algumas verdades só possíveis com a zanga das comadres... Na ânsia ou desespero de tentarem gritar a sua inocência, vai-se desvendando o bastante para, finalmente, todos começarem a perceber que o ocorrido (com base apenas no que é já conhecido) em alguns bancos, não é tão só um mero caso de polícia ou o resultado da desatenção e incompetência dos reguladores, mas antes uma consequência inerente ao sistema. É isto que, um pouco por todo o mundo, a começar nos ‘libérrimos’ EUA ou no não menos liberal Reino Unido, os poderes públicos estão a constatar, ao considerarem cada vez mais a nacionalização da Banca como uma medida inevitável!
Mesmo que, por enquanto, o seja apenas na forma de socialização dos prejuízos, quem neste momento consegue antecipar o rumo dos acontecimentos?

Tal como previa já há alguns meses, tem sido a realidade, mais que qualquer projecto político, a ‘exigir que o Estado assuma o controle público do sistema financeiro, face ao carácter eminentemente social desta actividade e dos riscos (mais que comprovados) de a sua gestão privada tender para se desviar dos propósitos que a devem nortear’!

Resta saber depois o que virá a seguir. Mas até lá...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O "mete-nojo" ...

Eu, cada vez, estou a ficar mais convencido que não devo regular lá muito bem da “mona” e tive, porque vivênciada, e mais uma vez, a prova provada disso mesmo; esta madrugada …
Porquê ?
Então, não é que me deixei “levar”, direi mesmo : embalar, com a (re)transmissão em diferido, via Canal Parlamento, da audição na Assembleia da República de Manuel Dias Loureiro (MDL), no âmbito do processo do Banco Português de Negócios (BPN).
Resultado : fui-me deitar altas horas desta madrugada …
E depois de tanto esforço da minha parte, fiquei com a nítida sensação que das duas uma :
- ou, MDL é um autêntico visionário, um verdadeiro estratega que estranhava (?), como disse, “o modelo de gestão muito one-to-one”
- ou, então, MDL é um autêntico e prestimoso inútil pois, e então, para que precisaria o Grupo BPN de um ex-ministro de Cavaco Silva na Administração ...
Há, ainda, uma terceira possibilidade :
- MDL ser um verdadeiro a-r-t-i-s-t-a; e dos grandes !!!
Só espero, mesmo, com os próximos futuros desenvolvimentos deste processo que, um dia, quem sabe (?), se MDL não se “molha” …
Eu, então e só assim, veria como (re)compensada esta (minha) estúpida noitada !!!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O bastonário sem papas na língua

Há uma promiscuidade entre os maus investigadores e os maus jornalistas”, o que tem conduzido a “práticas próprias de terrorismo de Estado”. Mais uma polémica mas pertinente intervenção de Marinho Pinto, com várias afirmações ousadas, mas corajosas, sobre o estado da justiça em Portugal, contra serôdios corporativismos, a suscitar o habitual coro de protestos das habituais virgens ofendidas.

No habitual coro de protestos, os argumentos de sempre: atoardas sem fundamento, afirmações demagógicas, manto de suspeição, alarmismo social,..

Nas habituais virgens ofendidas, os indefectíveis de sempre: António Martins, Alexandre Baptista Coelho, Carlos Anjos, até o inefável Fernando Negrão,...

No frenesim mediático que tudo subordina ao espectáculo que vende - porque o seu principal (!) objectivo não é informar com verdade, mas rentabilizar - a violação do segredo de justiça adopta o eufemismo de fuga de informação, a justiça pratica-se nos meios de comunicação social, para gáudio do público que compra.

Entretanto, os eternos casos da Casa Pia, Operação Furacão, Freeport,... parecem ter o destino traçado: acusações infundadas (que futuro para os inocentes apanhados nesta trama?), arquivamento por falta de provas (investigações, o mais das vezes, mal conduzidas), os verdadeiros culpados mofando da situação (ou gabando-se da impunidade?), a Justiça exposta ao ridículo!

Com mais ou menos razão, acertando no alvo ou apenas questionando o politicamente correcto, Marinho Pinto tem conseguido agitar as águas mornas desta República que, após ter sido corporativa, pretendeu ser simplesmente democrática, mas se descobre cada vez mais presa aos interesses de grupos e corporações.

Alberto João Jardim : Presidente eterno ...

O que é que Alberto João Jardim tem a ver com Muammar Kadhafi?
De acordo com uma reportagem publicada este fim-de-semana no diário espanhol El País, o Presidente do Governo Regional da Madeira está no poder há 30 anos, sendo apenas superado pelo líder líbio, que ocupa o cargo há 39 anos.
Diferenças: “o coronel nunca se submeteu ao veredicto das urnas”.
Sobre o perfil do líder madeirense, o jornalista Francesc Relia escreve que o “seu carácter histriónico (...) o leva a depreciar, insultar e incomodar os seus adversários políticos, e também aqueles que estão no seu bando, o Partido Social Democrata (PSD)”. E acrescenta: “Jardim é um produto genuinamente madeirense, catapultado em partes iguais pela Igreja e pelo antigo regime. Durante a ditadura foi protegido pelo homem do salazarismo na Madeira, o seu tio Agostinho Cardoso (...)”. Apesar disso, o jornal salvaguarda que o PSD regional pouco tem de parecido pelo nacional – “Na Madeira, são do PSD os velhos quadros do salazarismo que conservam cargos locais”.
Leia como, segundo o jornalista do El Pais, Alberto João Jardim mantém o controlo da Madeira.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial : “Um Outro Mundo é Possível”.

De 27 de Janeiro a 1 de Fevereiro decorrerá no coração da Amazónia, em Belém do Pará, no Brasil, o IX Fórum Social Mundial (FSM); este ano, participarão no FSM mais de 100 mil pessoas e 5860 organizações de mais de 15 países de todos os continentes.
É a sociedade civil organizada em movimentos sociais, ONGs, sindicatos, povos tradicionais, etc., para celebrar a 9ª edição do FSM, o maior encontro altermundista da humanidade, onde em mais de 2.400 actividades, em plenários, conferências, palestras, eventos desportivos e culturais se discutirá a crise económica mundial, as alterações climáticas e as alternativas aos modelos de desenvolvimento.
Porque, afinal, OUTRO MUNDO É POSSIVEL !..

domingo, 25 de janeiro de 2009

Um problema de memória ?..

À política o que é da política e à justiça o que é da justiça.
É assim que tem que ser.Que deveria ser.
E é assim, e por isso, que José Sócrates deve dar explicações;
o primeiro-ministro deve explicações ao País.
E se, por acaso, houver lugar a quaisquer falhas de memória, quem sabe se umas doses valentes de CEREBRUM, das fortes, não ajudariam José Sócrates.
Nunca se sabe; né !!!
PS - Em jeito de declaração de interesses, declaro, e para os devidos efeitos, que não sou accionista de qualquer empresa do ramo farmacêutico, pelo que, a mim, tanto se me dá que o “Menino de Ouro” utilize o Cerebrum e/ou quejandos, desde que, naturalmente, e com isso, possa actualizar as “meninges”…
Eu, enquanto a accionista, só (de)tenho acções do BCP e do BENFICA; infelizmente, acrescento eu …

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A reforma ‘capitalista’ do capitalismo – III

Os limites da auto-reforma para um ‘novo capitalismo’

Não se questionam as vantagens de algumas das medidas propostas na Conferência de Paris face à situação actual, mas o seu grande problema, não obstante o horizonte pretendido, é, hoje e sempre, o da perspectiva: elas são pensadas apenas para o imediato, quando muito para o curto ou médio prazo, raramente se tem em conta o longo prazo (a própria origem da crise tem a ver com 'esta' perspectiva!). Nas actuais circunstâncias, perante a aflição e o sério risco de o próprio sistema soçobrar, até é natural que assim seja, compreende-se a urgência em acorrer às situações mais prementes.

Só que esta é uma das características do capitalismo, a sua preocupação não vai além do curto prazo, pois assim o determina o grande objectivo por que se rege, em torno do qual tudo se move e pelo qual é avaliado, o lucro: por imposição da concorrência, ele será tanto mais eficaz quanto mais rápida a sua obtenção, tornando-se, por definição, tendencialmente imediato (o que se reflecte na tradicional aversão ao ‘plano’, como alternativa ou mesmo apenas como complemento ao ‘mercado’)! Daí as Bolsas de Valores (e a especulação bolsista que lhes anda associada) corresponderem, de algum modo, ao supremo patamar de desenvolvimento do sistema capitalista, transformando-se mesmo no seu principal centro de decisões, pois nelas se proporciona a melhor forma de conseguir lucros instantâneos!

É por isso que esta fixação no imediato, esta total ausência de perspectiva histórica que caracteriza o capitalismo (daí a tese do ‘fim da história’!), prolonga-se depois e naturalmente, na formulação de falsas alternativas para a resolução da crise, ao insistir na manutenção de um sistema que perdeu o controle das dinâmicas sociais que mais podem influenciar o futuro.
Destas, a mais relevante é, com certeza, a que resulta do desfasamento crescente entre a exigência do sistema no crescimento ilimitado, perante a contingência natural de recursos limitados – produzindo políticas ‘ditas’ de desenvolvimento... insustentáveis. Expressas através apenas de projectos parcelares (energia, sector financeiro,...), elas demonstram-se incapazes de corresponder às exigências deste tempo histórico, não indo além, portanto, dos horizontes restritos definidos pelos interesses presentes, em suma, revelam a incapacidade do sistema em formular um projecto social global, coerente e sustentável.

Mesmo a proposta de Merkel para a elaboração de uma Carta Mundial "para uma economia sustentável a longo prazo", se traduz a percepção cada vez mais generalizada de que é impossível manter indefinidamente os actuais ritmos de consumo ocidentais, pouco adiantará para além das boas intenções, à semelhança, afinal, do que acontece com o modelo apresentado para traduzir essa ideia, a Carta da ONU sobre os direitos humanos – documento notável, mas que se revela de aplicação muito restrita (a nível de conteúdo e âmbito geográfico).

Ainda que não directamente relacionada com esta questão (se bem que indirectamente faça todo o sentido, pois trata-se de uma das áreas sistematicamente em risco de crise), a discussão sobre a sustentabilidade da segurança social é, sobre este ponto de vista e no quadro das sociedades capitalistas, bem elucidativa. A grande medida que todos consideram capaz de garantir uma segurança social sustentável é de natureza demográfica, e passa pelo aumento da população jovem (incentivos à natalidade,...), por forma a garantir-se a necessária solidariedade geracional em que se tem baseado o financiamento destes sistemas, sem se perceber que, deste modo, a prazo, agravam-se os problemas com a sustentação do planeta.

Ou seja, perante as tensões provocadas pela chegada de um cada vez maior número de jovens ao mercado do trabalho, numa altura em que este é posto em causa e a sua dimensão tende a reduzir-se (pressionado, desde logo, pelo factor tecnológico e consequente aumento da automação), o incremento da natalidade (e não o seu controle fisiológico) pode não resolver nada e ainda agravar outros problemas. Entretanto, transfere-se para diante, algures no futuro, porventura então com outro grau de dificuldade, uma solução mais consistente, duradoura e até justa, como seria a que resultaria da sua inserção como política social (à semelhança do que se passa com o desemprego, a saúde, o ensino,...).

Mas esta discussão parece não caber já no âmbito do título deste texto, dado que a solução proposta só teria viabilidade ‘fora’ do sistema. Não obstante o consenso cada vez mais alargado de que está em curso a mudança do paradigma social actual para um outro que ainda ninguém consegue identificar, contudo, realisticamente o que se pode esperar do futuro imediato do capitalismo será ditado sobretudo pelo enquadramento que vier a ser dado, por um lado ao sistema financeiro – em especial o tratamento dos ‘off-shores’; por outro ao sistema monetário internacional – com relevo para o papel que nele for atribuído ao dólar. A menos que a realidade, mais uma vez, decida ultrapassar todos os vaticínios...

Talvez então se torne oportuno avaliar, de novo, ‘Uma alternativa política à crise actual’, já aqui apresentada. Ou talvez mesmo, um dia destes, volte ao assunto, mais que não seja, para o actualizar.
Mas até lá...

A diferença objectiva do(s) Zero(s) ...

Ora, veja isto, isto e isto, com os seus próprios olhos – enquanto é tempo, i.e : antes de ser apagado – e perceba, caso ainda possa ter dúvidas, a verdadeira importância do(s) zero(s) e como - com o(s) zero(s) - se pode enriquecer em Portugal caso, naturalmente e nestes casos, @ "contabilista" não se haja enganado no preenchimento do(s) respectivo(s) formulário(s) e, claro, no(s) Zero(s) à esquerda (*) ...
(*) não confundir, sff, com ESQUERDA do ponto de vista politico-partidário

Governador do BdP : mestre em banalidade(s) ?..

Vitor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, principescamente bem pago, cujo ordenado é bem superior ao do Presidente da Reserva Federal dos EUA, “navega” ultimamente em maré de azar(es) :
- não consegue realizar um qualquer estudo e projecção económica sem justificar (?) que :
"as previsões, se as fizéssemos hoje, seriam também mais negativas, porém não tanto como as da Comissão [Europeia]"

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Procura-se !!!

O que se passa(rá) com a Drª. Maria Lurdes Rodrigues, a senhora Ministra da Educação ?
I – Estará a seguir à “risca” as instruções da Agência de Comunicação que lhe (em)presta assessoria;
II – Estará, desde já, a preparar a sua próxima futura candidatura como deputada pelo PS ao Parlamento Europeu;
III – Estará a mentalizar-se para a possibilidade da efectiva suspensão da avaliação d@s professor@s, via aprovação na Assembleia da República, da próxima futura proposta do CDS no Parlamento.
Estou, mesmo, quase tentado a lançar um “Concurso de Adivinhação” quanto ao “desaparecimento” da senhora Ministra.
Ao fim e ao resto, porque será ?..

domingo, 18 de janeiro de 2009

A reforma ‘capitalista’ do capitalismo – II

Um processo atribulado para salvar o capitalismo?

Entre a reunião dos G20 (o G8 alargado, face à dimensão da crise internacional) em Outubro passado e a reunião dos G20 agendada para Abril próximo, ocorre um facto estratégico de capital relevância na cena mundial que se espera venha a ter profundos reflexos sobre a construção do futuro próximo, desde logo na resolução da crise económica, que toda a gente agora afanosamente procura. Trata-se, como se depreende, da substituição de Bush por Obama na Presidência dos EUA. O certo é que, com ou sem fundamento, o mundo encontra-se suspenso do que o novo inquilino da Casa Branca venha efectivamente a dizer e a fazer, sobre o que pensa das alternativas para sair da crise e como pretende concretizar as suas ideias.

Enquanto isso, por todo o mundo os líderes locais distribuem milhões e lançam planos de milhões para tentarem minimizar os efeitos das respectivas crises. Ao mesmo tempo, outros protagonistas a nível internacional, não menos importantes neste processo – com destaque para o irrequieto e por vezes surpreendente presidente francês Nicolas Sarkozy – multiplicam-se em iniciativas tendentes a desbravar caminho no que pretendem venha a ser a reforma do capitalismo actual, através da reformulação de algumas das suas regras. Enquanto o ‘vazio’ nas cúpulas dos G20 não é preenchido, tem lugar, sensivelmente a meio entre as reuniões de Outubro passado e de Abril próximo, uma dessas iniciativas, que pode vir a revelar-se importante pelos temas aí tratados e tendências nela reveladas.

Em Paris reuniu, na semana passada, uma conferência internacional, co-presidida pelo anfitrião Sarkozy e por Tony Blair, subordinada ao tema ‘Novo Mundo, novo capitalismo’. O propósito expresso dos seus promotores e intervenientes foi a apresentação de propostas para salvar o capitalismo. Colaboraram ainda nesta empreitada, entre outros, a chanceler alemã Merkel, o director da OMC, Pascal Lamy e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. Para todos estes importantes responsáveis do funcionamento do sistema a nível mundial, a saída da crise passará “por uma nova arquitectura institucional e por uma reformulação do capitalismo”.

Isto mesmo foi sublinhado logo nos discursos da abertura, com nuances que denotam mais complementaridade que diferentes pontos de vista (ou eventuais alternativas), pelos três principais líderes políticos.

Blair, institucional (já em tirocínio para novos altos cargos?), preferiu destacar a necessidade de se proceder à reestruturação das organizações internacionais como o FMI ou o BM, produzidos em Bretton Woods na eminência da vitória dos aliados na II Grande Guerra, destacando, como argumento, o facto de vivermos no séc. XXI ainda com as instituições de meados do séc. XX.

Sarkozy, moralista, puxa do principal argumento que os neoliberais vêm esgrimindo para explicar a crise, a falha moral dos decisores, para reafirmar a validade do sistema capitalista que, segundo ele, necessita de ser ‘refundado’, com base na mudança de regras (desde logo mais regulação) e numa nova ética de valores, do trabalho ao espírito empreendedor. Para isso defende o regresso da intervenção do Estado empreendedor para ‘animar um capitalismo de empreendedores e não de gente que vive de rendas’.

Merkel, pragmática, para além de corroborar os aspectos anteriores, lançou a ideia de um "Conselho Económico" mundial, do mesmo tipo que o Conselho de Segurança da ONU (com um papel diferente do Conselho Económico e Social das NU), encarregado de fixar uma nova regulamentação dos mercados e adaptar a arquitectura institucional às necessidades e desafios do século XXI; e uma Carta Mundial "para uma economia sustentável a longo prazo", tal como a Carta da ONU sobre os direitos humanos.

Como se afirmou antes, mais que as intenções que agora começam a manifestar-se, o que irá determinar a profundidade desta pré-anunciada reconfiguração do capitalismo, será a dimensão da própria crise, sobretudo no que respeita aos seus efeitos sobre a economia real, pois de acordo com vozes insuspeitas de dentro do próprio sistema (a mais recente vem da OCDE), ‘o pior está ainda para vir’.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Mais um "malabarismo", uma grande mentira deste Governo …

Saber se Portugal é um país energeticamente renovável pode ser mais complicado do que parece. A Quercus denunciou que o método utilizado pelo Governo está a inflacionar os valores da produção de electricidade a partir de fontes renováveis dos “reais” 26,7 por cento para os 42 por cento.
Ler mais ...
( Via : Ecoblogue )

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Colapso - Ascensão e queda das sociedades humanas ...

“ As instituições podem minar até as sociedades mais fortes “
( Jared Diamond )
Numa altura, nestes tempos que correm, em que andamos cada vez mais distraídos, em entrevista à Visão desta semana, o Professor Jared Diamond , autor do livro “C0PLAPSO”, recentemente editado pela Gradiva, volta a deixar sérios alertas; eis um excerto da referida entrevista :
P - O que pode levar ao desaparecimento de uma sociedade ?
R- Uma combinação de cinco razões: os danos ambientais, as alterações climáticas, os inimigos, os amigos ou parceiros comerciais e as instituições, sejam políticas, económicas ou religiosas. Comecemos pelo ambiente. Ao longo da História, sociedades que dependiam das árvores acabaram com as florestas para fazer lume e para a construção de casas. Foi o caso do Líbano, de Marrocos, grande fornecedor do Império Romano, ou dos Maias. Quanto ao clima, fala-se hoje muito das alterações causadas pelo Homem, mas elas podem dever-se também a causas naturais. Na Europa, o clima ficou mais frio nos séculos XV e XVI e a Gronelândia não sobreviveu.

P – Há hoje algumas sociedades em risco ?
R – Todas, devido à globalização. Os problemas de uns países passam depressa para os outros. Mas digamos que a Noruega está menos em risco que a Itália, pois é auto-suficiente em petróleo e o Governo preocupa-se com os recursos naturais. E a Nova Guiné usa ainda instrumentos de pedra. Se houver um desastre natural no Ocidente, quem pode fazer instrumentos de pedra. Eles sabem. São dois bons exemplos.

Enfim, uma pequeníssima achega no sentido de (re)colocar a questão

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A reforma ‘capitalista’ do capitalismo – I

Os princípios já desvendados

Após a hecatombe da crise financeira mundial e ainda na expectativa sobre a dimensão dos seus efeitos na economia real (que não pára de continuar a assustar), as atenções dos responsáveis políticos parecem cada vez mais concentradas na forma de resolver as trapalhadas criadas por um sistema que, deixado à sua dinâmica própria – sob comando do mercado auto-regulado – já perceberam poder conduzir à sua destruição. Para o evitar, concluíram ser indispensável avançar para a reforma do capitalismo (refundação, na terminologia de Sarkozy, um dos seus mais activos promotores), a qual, de acordo com as intenções já expressas, nomeadamente na recente Conferência de Paris (como se verá mais adiante), deverá abranger os seguintes domínios:

institucional, desde logo com a admissão do ‘regresso da intervenção do Estado à vida económica’ (até há poucos meses tido como tabu pela ortodoxia dominante), mas também (ou sobretudo) a nível internacional, com a proposta de reorganização da arquitectura institucional das relações económicas internacionais;
político, através da ‘reformulação dos mecanismos da economia de mercado’, por forma a garantir-se mais e melhor regulação e a aplicação mundial de uma maior justiça social;
ideológico, apelando à reconversão ética dos valores por que se rege o sistema, admitindo penalizar a especulação e apoiar o esforço, tanto do trabalho como do empreendorismo.

A dimensão, primeiro, o impacto real nas sociedades, depois, são, para já, as principais incógnitas deste programa, ainda em esboço. Quanto à primeira, está por esclarecer qual o âmbito e a profundidade que a actual liderança do mundo – que, em grande medida (para não dizer na medida toda), se encontra nas mãos dos 7+1 países economicamente mais importantes, o designado G8 – irá decidir para concretizar estas intenções.

A resposta a esta dúvida só ficará devidamente esclarecida depois de Obama passar a integrar este restrito clube dos países mais ricos do Globo. De tal modo as expectativas nesta alteração são elevadas (não importa, para o caso, saber se com fundamento), que todas as decisões sobre uma eventual reformulação do sistema, em especial a reconfiguração das instituições mundiais, se encontra suspensa da tomada de posse do novo presidente norte-americano.

Apesar de duramente flagelado pela crise, de que é o principal responsável, a cabeça do império mantém intactas as suas prerrogativas de domínio, detendo, evidentemente, a última palavra nas modificações a introduzir na futura arquitectura institucional das relações internacionais. Nem sequer desvalorizadas pelas intenções já expressas pela nova administração de voltar ao multilateralismo nas relações internacionais (contra a imposição unilateral de Bush, dominante nos últimos anos), logo secundadas pelos avisos de Sarkozy e Merkel de que no novo capitalismo 'nenhum país pode dizer a outro como actuar' e que a solução para a actual crise passa por 'uma resposta mundial'.

Quanto ao impacto real desse programa, a resposta depende, antes de mais e logicamente, do tipo e dimensão das medidas que vierem a ser adoptadas pelas cúpulas dominantes do mundo. Neste contexto, desde logo será muito significativo, das intenções apregoadas, o tratamento que vier a ser dado aos ‘off-shores’ financeiros, a nível mundial. Ainda assim, dificilmente alguma dessas medidas poderá alguma vez pôr em causa, em nome da própria sobrevivência das elites que detêm o poder, o princípio dinâmico que rege as sociedades baseadas no mercado, ou seja, a criação do máximo valor num processo em que tudo é transformado em mercadoria – porque só tem valor o que pode ser transaccionado.

A menos que aconteça alguma catástrofe ou que a imprudência suscite algum lapso... Mas quem verdadeiramente ‘acredita’ nisso?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A tragédia (repetida) da Av. 24 de Julho

O DN de domingo passado, 11 Jan/09, dedica uma página inteira a mais uma tragédia, das que ocorrem diariamente nas grandes cidades. Desta feita o título informava que uma “Rapariga fugiu do colégio e morreu carbonizada – Incêndio em prédio devoluto causa duas mortes”.

A insensibilidade perante a repetição deste tipo de notícias, apenas foi quebrada pela informação de que a “rapariga fugiu do colégio...”, o que me induziu a procurar no texto explicação para o sucedido. O que levaria uma miúda de 15 anos a preferir dormir num prédio abandonado, sem condições, nestes dias de gelo, precário abrigo dos sem-abrigo, ao eventual maior conforto do colégio onde se encontrava internada desde os 4 anos?

Descubro as razões no relato do pai, desempregado e junto de quem procurou apoio antes de se decidir pela solução fatídica. E fiquei a saber que ‘esta rapariga’ preferia tudo, incluindo dormir na rua, a ter de regressar ao colégio, porque ‘tinha medo das colegas mais velhas’!

Talvez a história devesse começar aqui, procurando saber-se das condições sociais que determinam sempre o mesmo tipo de vítimas. Ou então, aproveitando a ‘deixa jornalística’ proporcionada pela fuga ao colégio, das condições de vida existentes em muitos internatos (e não apenas na Casa Pia); das relações estabelecidas pelos adolescentes e dos códigos que as regem; da diversidade de comportamentos anti-sociais que se verificam nas escolas (violência, agressividade, coacção, humilhação...), reveladores de problemas psicológicos ou de carências de formação cívica (tolerância, direitos e obrigações,...); da constituição de ‘gangs’ organizados... Desse fenómeno que designam por ‘bullying’ (um estrangeirismo, mais objecto de tratamento analítico do que verdadeiramente atacado nas suas origens) e das causas do alheamento ou desvalorização deste fenómeno por parte da maioria dos educadores e professores, ao atribuírem tais manifestações ao processo normal de crescimento na adolescência (parecendo assim dar razão aos que os consideram, por esta altura, mais empenhados nas lutas corporativas do que nas educativas).

Os estudos existentes colocam Portugal em 4º lugar na Europa no que respeita à violência nas escolas. Contudo, é de temer que as situações de coacção psicológica ou mesmo física que acontecem entre os jovens possam ainda ser mais numerosas e de maior gravidade do que é dado entender nesses estudos (a estatística aponta para que 1 em cada 4 alunos seja vítima sistemática de alguma forma de agressão ou violência, com tendência para aumentar em número e frequência de ocorrências).

Mas a jornalista destacada para o tratamento da notícia preferiu enveredar pelo caminho do costume e situar-se sobretudo nas condições materiais do edificado em mau estado – uma realidade já tantas vezes causticada – e zurzir na Câmara que deixa ao abandono 4600 fogos devolutos, onde se torna possível acontecerem dramas de pessoas que apenas contam como números de estatísticas usadas para os mais diversos fins – menos para aconchegar pessoas com dramas. Perdeu, é certo, a oportunidade de averiguar das causas profundas que levaram uma jovem, numa fria noite de um Janeiro frio, a encontrar melhor refúgio numa dessas casas devolutas sem condições, do que as que lhe eram proporcionadas numa instituição em que, parece, alguém se esqueceu de dar o devido valor à crescente agressividade das relações entre os jovens.

Pobres Tamaras Sofias!

Amanhã, dia 15 : Israel fora de Gaza ...


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Em Gaza, a barbárie continua ...

Médio-Oriente : Atenção ao Livro de Estilo!
As doze Regras de Redacção dos Grandes Media Internacionais quando a notícia é do Médio Oriente :
1) No Médio Oriente são sempre os árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. É inconveniente falar em «represálias» quando se tratar do exército israelita.
2) Os árabes, palestinianos ou libaneses não têm o direito de matar civis. A isso chama-se «terrorismo».
3) Israel tem o direito de matar civis. A isso chama-se «legítima defesa».
4) Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que seja mais comedido. A isso chama-se «reacção da comunidade internacional».
5) Os palestinianos e os libaneses não têm o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isso chama-se «sequestro de pessoas indefesas».
6) Israel tem o direito de sequestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos palestinianos e libaneses desejar. Actualmente são mais de 10 mil, 300 dos quais são crianças e mil são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter sequestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades eleitas democraticamente pelos palestinianos. Isto chama-se «prisão de terroristas».
7) Quando se mencionam as palavras «Hezbollah» e «Hamas», é obrigatório a mesma frase conter a expressão «apoiado e financiado pela Síria e pelo Irão».
8) Quando se menciona «Israel», é proibida qualquer menção à expressão «apoiado e financiado pelos EUA». Isso poderia dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo de existência.
9) Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões «territórios ocupados», «resoluções da ONU», «violações dos Direitos Humanos» ou «Convenção de Genebra».
10) Tanto os palestinianos como os libaneses são sempre «cobardes», que se escondem entre a população civil. Se eles dormem nas suas casas, com as suas famílias, a isso dá-se o nome de «dissimulação» e «cobardia». Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles dormem. A isso chama-se «acção cirúrgica de alta precisão».
11) Os israelitas falam melhor inglês, francês, espanhol e português que os árabes. Por isso eles e os que os apoiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidades do que os árabes para explicar as presentes Regras de Redacção (de 1 a 10) ao grande público. A isso chama-se «neutralidade jornalística».
12) Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são «terroristas anti-semitas de alta periculosidade».
E, entretanto, a barbárie continua ...

sábado, 10 de janeiro de 2009

Vamos ter mesmo de aturar este iluminado?

A actual presidência da UE é exercida pela República Checa – o tal país que sem a muleta da ‘república’ não se consegue pronunciar, é mesmo uma ‘checa’ (peço desculpa pelo despropósito do comentário alarve!). O seu presidente, o ultra-liberal, eurocéptico e antiambientalista radical (para quem“o aquecimento global é um mito”) Vaclav Klaus, parece ter decidido aproveitar ao máximo os seus ‘cinco minutos de fama’, e tem-se multiplicado em declarações que, face aos desenvolvimentos recentes da crise económica internacional, com as responsabilidades já conhecidas a apontar no sentido unânime de um excesso de desregulação, no mínimo podem ser consideradas fora de tempo, ou então ânsia de protagonismo. O que explica ter sido definido como alguém “que se julga um génio não reconhecido”!

Após a sua inoportuna tirada sobre o que foi considerado um apoio incondicional à invasão de Gaza por Israel (em nome da UE?) – depois ‘obrigado’ a corrigi-la – já esta semana publica um artigo no Financial Times em que afirma que a crise económica é o resultado inevitável (e o ‘preço justo’ a pagar) pela forma como os políticos brincam com o mercado (!). Num rasgo de fervor inquebrantável na capacidade auto-reguladora dos mercados e apesar de esfarrapada a honra da doutrina por escândalos sucessivos, garante que, ele e o governo checo ao leme da UE, se oporão a mais regulação, novas nacionalizações ou maior proteccionismo!

Este programa político (ou carta de intenções, vale o mesmo) para os próximos seis meses, de uma União composta por 27 membros que não sufragaram tais disposições, diz muito do estado actual da democracia que se vive no espaço comunitário. Permite–se que este auto-iluminado, serôdio afilhado à cata das migalhas que caem da mesa dos ‘padrinhos’ neoliberais (o ‘Ladrões de Bicicletas’ designa-o por ‘O Ronald Reagan da Boémia’) e ainda quase mal acabado de chegar ao ‘grupo’, apareça a falar em nome de todos, à revelia da opinião... dos restantes 26! Dir-se-á que ‘os outros’, sobretudo os que realmente pesam, contam e mandam, pouco ou nada lhe ligam, o que ainda mais atesta a verdadeira dimensão e o real impacto das instituições europeias – à excepção do Conselho e do seu instrumento ‘técnico’ BCE!

Em tempo de crise, com Sarkozis, Merkels e C.ª, afanosamente apostados em procurar remendar, da forma mais airosa possível (Conferência de Paris), o esburacado sistema em que ficou transformado o capitalismo por acção dos seus mais acrisolados defensores, os fundamentalistas do mercado, só cá faltava mesmo este abencerragem, aparentemente inebriado pelo pote de delícias imaginado durante o longo tempo da ditadura, para ressuscitar fórmulas desgastadas e perigosas, tecidas a partir das tresloucadas doutrinas da desregulamentação financeira e da sua extensão natural aos domínios social e ambiental. Em nome de uma única regra: o livre arbítrio do clássico ‘laissez-faire’...

Numa altura em que mais se impunha clarividência ou pelo menos algum bom senso que permitisse, na condução formal do processo, a criação de condições propícias à busca de soluções alternativas minimamente aceitáveis (do ponto de vista do sistema, longe, portanto, de quaisquer rupturas radicais) a um modelo que, é hoje consensual, empurrou o mundo para um beco de difícil saída, afinal, contra todas as lógicas e avisadas cautelas, sai-me este avantesma!

Já não bastava que 2009 se apresente como o ano de todos os perigos, ainda cá faltava mais esta ‘prenda’! Vamos ter mesmo que o aturar durante os próximos s-e-i-s meses?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um dia com o mínimo possivel de água : você conseguiria ?

O balde cheio d'água dançava em minhas mãos.
Levantei com dificuldade e despejei uma boa parte sobre a cabeça.
Dever cumprido, um banho digno.
E ainda restava um fiozinho de água para terminar o dia.
O sacrifício de tomar banho a baldes de água fria foi movido por um desafio: passar um dia completo com apenas 20 litros de água.
A quantidade, definida por normas internacionais da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é o mínimo de que o ser humano precisa para preservar seu bem-estar físico e dignidade referente à higiene pessoal.
Na prática, porém, a história é outra.
( Murilo Alves Pereira/ UOL Notícias - Ambiente Brasil / Via : Ecoblogue )
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Seminário Internacional : “Em Defesa do Direito à Água”
Sábado - dia 10 de Janeiro - 10h30m
Auditório ICS- Instituto de Ciências Sociais
Av. Prof. Anibal de Bettencourt, 9
( Junto à Biblioteca Nacional )
Ver/ler : Programa, Manifesto, Comissão Organizadora

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Reflexões antigas para o Novo Ano

Resisto a encarar 2009 com optimismo – não serei o único, eu sei, nestes tempos de crise e desorientação, quem se atreverá a tanto? Contudo, eu teria razões de sobra para isso: para além do convencionado lugar comum de que em cada ano se renova a esperança (tanto mais que 2008 foi, em termos pessoais, um ano para esquecer), resta sobretudo a consciência da importância em se adoptar uma atitude positiva para que as coisas não sejam ainda mais negras do que na realidade já são, o derrotismo é meio caminho andado para o fracasso.

De algum modo, este longo ‘atraso’ na escrita de um qualquer comentário aqui, no 'blog', parece instintivo, surge quase como tentativa de recusa em entrar no Novo Ano – onde afinal já estou, torna-se inelutável, mas sem novas ideias, disposto a prosseguir no rumo das que me ocuparam durante o Ano Velho. Sobretudo pelo seu final atribulado, mas previsível, que ameaça agravar-se nos próximos tempos (até quando? até onde?). Sou por isso assaltado pelos fantasmas do costume – a humilhação da miséria, a angústia do desemprego, a arrogância da injustiça e corrupção, a inconsciente cultura do desperdício,... – atormentado pela obsessão de sempre – a lógica mercantil a que tudo se subordina e que tudo consome – que nos consome. Afirmação excessiva?

É certo que o mercado não explica tudo – nada, aliás, explica tudo. Certo é que, sem ele, sem o recurso ao seu contributo, omnipresente e plenipotente, também não se consegue explicar nada! A lógica que o produz encontra-se de tal modo diluída e entranhada nos hábitos e atitudes do dia a dia, que, de forma subtil, quase inconsciente, as relações mercantis tomaram conta de nós, assumiram o controle absoluto das nossas vidas, impuseram a sua presença a toda a sociedade: tornam-se, pois, imprescindíveis (mas não suficientes, entendamo-nos) para a interpretação dos aspectos sociais mais vulgares e simples. Na verdade:

– Como explicar as escandalosas disparidades (e, por extensão, a miséria, a exclusão, a rejeição da diferença,...) – recusando enveredar pelos estereótipos sociais das falsas evidências, de pendor pseudo-científico (como a ‘lei natural da desigualdade social’), ou mesmo até de índole religiosa (‘pobres sempre os haverá’) – sem implicar o mercado na sua perpetuação?

– Ou até como entender devidamente os radicalismos (o fundamentalismo, o terrorismo, a intolerâcia, as teocracias,...) sem, na sequência da resposta à questão anterior, procurar nas relações estabelecidas com base no mercado, em especial nas suas extensões a nível internacional, o fundamento e alimento que as origina?

– Ou ainda como garantir a sustentabilidade do planeta (os vitais equilíbrios ecológicos, da questão da energia à biodiversidade,...) – emparedada nesse paradoxo mercantil constituído, por um lado, pelos limites impostos por recursos escassos e, por outro, pela ilimitada exigência de expansão contínua deste sistema – sem se questionar a lógica de mercado que a condiciona?

– Como, enfim, explicar a crise actual, resultado mais visível da desorganização do mercado – que, a aprofundar-se, como se prevê, ameaça resvalar para situações de convulsão ou mesmo de desagregação social? Ou como tentar resolvê-la e sair dela sem fazer intervir o Estado na economia, sem ‘mexer’, em suma, no intocável princípio (ou mito?) do mercado auto-regulável?

Hoje, em desespero de causa, o apelo à intervenção do Estado não distingue os críticos dos defensores do mercado. Porque é o próprio mercado que está em crise. Porque a crise confunde-se com o mercado. A crise é gerada pela própria dinâmica que alimenta o mercado, ou seja, pelo desenfreado consumismo (expressão colectiva da exigência de valorização constante da mercadoria, de que depende o equilíbrio do sistema). Quando este dá sinais de contracção, surge a crise. E, tal como hoje, o recurso ao Estado – suprema afronta ao sacrossanto dogma da regulação automática! – , o qual, em nome do equilíbrio ameaçado, injecta milhões na reanimação da economia, esperando assim recuperar... os níveis de consumo e a confiança da imprescindível ‘máquina consumista’. Obviamente, só até à próxima crise.

Curiosamente (?), todos, esquerda e direita, convergem (com nuances) neste propósito. É por isso que vencer ‘esta crise’ se apresenta tão difícil ou pouco provável de acontecer a curto prazo, dado que o mercado, através da lógica consumista, contamina toda a sociedade. Como, então, sair ‘disto’?
Definitivamente, 2009 não vai ser um ano fácil!

Seminário Internacional : “Em Defesa do Direito à Água” …

Sábado - dia 10 de Janeiro - 10h30m
Auditório ICS- Instituto de Ciências Sociais
Av. Prof. Anibal de Bettencourt, 9
( Junto à Biblioteca Nacional )

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Uma receita ... de Picasso !..

“ Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol “
Pablo Ruiz Picasso ( 1881 / 1973 )

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Em Gaza : a barbárie continua …

Com o que está a ocorrer em Gaza, dou comigo a pensar que, finalmente, estou a perceber como é que as pessoas se podem tornar bombistas suicidas …
Para poder acompanhar tudo quanto se vai passando em Gaza, leia as notícias actualizadas AQUI

domingo, 4 de janeiro de 2009

FIM AO MASSACRE DE GAZA !..

5 de Janeiro, a partir das 18 horas
( Largo de S. Domingos, junto ao memorial às vítimas da intolerância )
8 de Janeiro, a partir das 18 horas
( frente do check-point que a embaixada israelita instalou na colonizada Rua António Enes, nº 16, a S. Sebastião )
O cessar-fogo que os EUA, a UE e a ONU exigem aos palestinianos seria, nessas condições, a morte lenta para um povo cercado.
Se alguém aqui está a defender-se, são os palestinianos de Gaza, que elegeram democraticamente o seu governo e a quem o Estado de Israel tem invadido, ocupado e roubado as terras, as propriedades e as casas.
Não vamos calar-nos diante dos crimes de guerra e do abuso de força.
Apelamos à participação de todos e todas nas acções que estão a ser preparadas por várias organizações em Lisboa.

Esta última iniciativa é apoiada por:
Associação Abril - Bloco de Esquerda - CGTP - Colectivo Abu-Jamal - Colectivo Revista Rubra - Comité de Solidariedade com a Palestina - CPPC - Fórum pela Paz - MDM - Monthly Review - MPPM - Plataforma Guetto - Política Operária -Shift - SOS Racismo - SPGL - Tribunal do Iraque

sábado, 3 de janeiro de 2009

"Reformados por doença ... mas a trabalhar"

Imaginemos a Senhora X e o Senhor Y.
Ambos - ela com 53, ele com 57 anos - foram reformados por alegados "motivos de saúde".
Porém, a Senhora X e o Senhor Y, não são uns quaisquer reformados; eram, ambos, ex-administradores de uma determinada Instituição de Crédito, cuja administração foi, então e em 2005, demitida pelo governo...
Porém, a Senhora X e o Senhor Y, após a saída/demissão, e porque muito provavelmente teriam direito a uma mui "parca" reforma, (re)começaram, desde logo, a trabalhar em grupos financeiros e empresariais ...

Infelizmente, não estamos perante uma ficção.
Trata-se de uma situação factual que, hoje, vem "plasmada" na primeira página do Caderno de Economia do Expresso.
Os protagonistas têm nome, têm rosto :
- a Instituição de Crédito é a Caixa Geral de Depósitos;
- a senhora chama-se Gracinda Raposo;
- o senhor chama-se António Vila Cova;
- o motivo da reforma : invalidez;
- as empresas para as quais trabalharam e trabalham : Mota-Engil, Finantia, BPN, Santander, A.Santo, ECS;
- a reforma, esta, "cai" todos os meses e não será "miserável".

Enfim, este é o (nosso) triste país. O real.
Onde, uma certa elite emergente, perfeitamente identificável, de uma forma ou de outra, e sempre muito sinuosamente, consegue viver à margem da "margem".

Até quando, e para quando, uma verdadeira vassourada ?..

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

As ilusões pagam-se caras ...

( Clique e leia/ouça a mensagem de Ano Novo do Presidente da República )