segunda-feira, 11 de maio de 2009

A invocação recorrente (ou insolente?) da ‘Maioria Silenciosa’

Estão de volta os apelos à ‘maioria silenciosa’! Agora a propósito das sempre sensíveis questões de segurança. Onde aparentemente é fácil a exploração dos sentimentos primários das pessoas, com objectivos essencialmente propagandísticos. Com a marca de origem de sempre, na tentativa desesperada de evitar desaires eleitorais anunciados.

Reaparece então, rejuvenescido, ainda que em tom mais esganiçado, o espectro Galvão de Melo. O organizador da original ‘maioria silenciosa’ (a primeira tentativa de rua para neutralizar o 25 de Abril, note-se!), depois deputado pelo CDS, parece ter aqui criado escola – se bem que o vírus securitário conste do próprio ADN deste partido. Volta e meia a direita recorre a este velho expediente. Quando se sente mais acossada, menos confortável na correlação de forças políticas. Fá-lo, pois, mais por necessidade de afirmação que pelo efeito prático propagandeado, afinal as experiências passadas não recomendam tal aventura.

Bem pode o PP (o original e autêntico, o Paulinho das Feiras!) procurar consolo ou tentar a salvação do ‘seu’ CDS nesse difuso e sempre pantanoso conceito, propício a toda a demagogia. O desesperado apelo à ‘maioria silenciosa’ – à mistura, sublinhe-se, com as diatribes habituais contra os emigrantes, envoltas numa confusa obsessão por quotas e por acções policiais (o complexo dos submarinos?) – mais se assemelha a invocação divina por um ansiado acto milagreiro!

Com a tradição do ‘taxi’ em vias de ser retomada, só o afundanço nas sondagens parece, hoje, justificar mesmo tal gritaria!

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