terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O bastonário sem papas na língua

Há uma promiscuidade entre os maus investigadores e os maus jornalistas”, o que tem conduzido a “práticas próprias de terrorismo de Estado”. Mais uma polémica mas pertinente intervenção de Marinho Pinto, com várias afirmações ousadas, mas corajosas, sobre o estado da justiça em Portugal, contra serôdios corporativismos, a suscitar o habitual coro de protestos das habituais virgens ofendidas.

No habitual coro de protestos, os argumentos de sempre: atoardas sem fundamento, afirmações demagógicas, manto de suspeição, alarmismo social,..

Nas habituais virgens ofendidas, os indefectíveis de sempre: António Martins, Alexandre Baptista Coelho, Carlos Anjos, até o inefável Fernando Negrão,...

No frenesim mediático que tudo subordina ao espectáculo que vende - porque o seu principal (!) objectivo não é informar com verdade, mas rentabilizar - a violação do segredo de justiça adopta o eufemismo de fuga de informação, a justiça pratica-se nos meios de comunicação social, para gáudio do público que compra.

Entretanto, os eternos casos da Casa Pia, Operação Furacão, Freeport,... parecem ter o destino traçado: acusações infundadas (que futuro para os inocentes apanhados nesta trama?), arquivamento por falta de provas (investigações, o mais das vezes, mal conduzidas), os verdadeiros culpados mofando da situação (ou gabando-se da impunidade?), a Justiça exposta ao ridículo!

Com mais ou menos razão, acertando no alvo ou apenas questionando o politicamente correcto, Marinho Pinto tem conseguido agitar as águas mornas desta República que, após ter sido corporativa, pretendeu ser simplesmente democrática, mas se descobre cada vez mais presa aos interesses de grupos e corporações.

1 comentário:

Carlos Borges Sousa disse...

Conheci Marinho Pinto decorria o ano de 1994.
O meu irmão, entretanto falecido, e que vivia em Coimbra viu-se envolvido num processo com um senhor Juiz-Dezembargador que entendia, talvez pelo facto de ser Juiz, que deveria ter prioridade numa fila de multibanco; num processo que ficou conhecido como o "Juiz do Multibanco"
Marinho Pinto na barra do tribunal demonstrou, então, toda a sua coragem na forma como dissertou nas alegações finais, pondo em causa - em 1995 - o poder judiciario e, em particular, de certos Juizes.
Desde, então, que me merece todo o respeito e não me espanta nada, mesmo nada, que seja tão pertinaz e provocador ( sem aspaas )nas criticas que faz ao sistema.
É, assim, e por isso que tem tantos detratores, quais virgens ofendidas que, e muito bem, refere.
Marinho Pinto é uma "pedra no sapato" de uma certa engrenagem sistémica e por isso é tão atacado.