quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A importância da(s) palavra(s); o pior é o resto …

Acho importantíssimo este artigo do Dr. Mário Soares, acerca da CRISE SISTÉMICA na senda dos que, ultimamente, nos vem presenteando …
Em meu entender, vale a pena lê-lo … e com toda a atenção.
Pena, mesmo, é que o Dr. Mário Soares se esqueça (?) dele próprio ( não faça um “auto de contrição” ) e, claro, omita Guterres e Sócrates no rol daqueles que contribuíram decisiva e decididamente para “desacreditar” a “esquerda reformista”…
Ainda assim, estou convencido que por este “andar”, e mais cedo que tarde, o Dr. Mário Soares acaba(rá), ainda, por chamar os “bois pelos nomes”.

1 comentário:

Anónimo disse...

É claro que é importante uma figura como Mário Soares, não obstante o ar paternalista com que é olhado até pela maioria dos seus, erguer a voz contra os desvarios do sistema e apelar a um novo modelo económico e, parafraseando Stiglitz, ‘à coragem de virar à esquerda’. Contudo é aqui que começa o drama da família política a que, com tanta jactância e tão amiúde, faz ponto de honra em pertencer, a chamada 'esquerda democrática' - que se distingue da 'outra' (ou das 'outras'), porque faz questão de afirmar – e de praticar, também – que a sua democracia assenta no mercado (com cambiantes, é certo, mas o mercado aparece sempre em lugar central).
Ora, enquanto a esquerda – toda a esquerda – não encontrar formas alternativas de organização social ao mercado (este não desempenha apenas a função de mero instrumento económico, o mercado assume o comando de toda a vida em sociedade), estas e outras declarações de Mário Soares terão um impacto muito limitado e pouco mais que retórico. Sem pretender estabelecer comparações fora de propósito, direi no entanto que a crise actual, com o rol de contradições e o pânico gerado nas hostes prosélitas, fez mais por essa alternativa que todas as declarações e análises feitas por gente muito respeitável e bem intencionada (não obstante reconhecer-se o seu efeito potenciador: por exemplo, as palavras avisadas de Stiglitz a ‘pregar no deserto’ ao longo destes últimos anos, ganham agora novo vigor).