domingo, 3 de agosto de 2008

Neo-liberalismo : os retornos sociais e os retornos privados ...

«O mundo não tem poupado o neo-liberalismo, essa amálgama de ideias que tem por base a noção fundamentalista de que os mercados se auto-corrigem, aplicam recursos de forma eficiente e servem devidamente os interesses do público.
[...] Os países que adoptaram políticas neo-liberais são os grandes derrotados. E por duas razões. Primeiro, não souberam tirar partido do crescimento. Segundo, e quando cresceram de facto, os benefícios ficaram essencialmente nas mãos dos que ocupam o topo da pirâmide.
[…] Actualmente, existe uma grande disparidade entre os retornos sociais e os retornos privados. Se não forem alinhados, o sistema de mercado nunca poderá funcionar bem. O neo-liberalismo foi sempre uma doutrina política ao serviço de certos interesses e nunca se fundamentou em teorias económicas. [...]»
Joseph E. Stiglitz, Prémio Nóbel da Economia,

( Ler, analisar e reflectir todo o artigo, aqui : «Diário Económico» )

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Borges de Sousa,
Tenho por este autor, como sabe, grande admiração, pois tratando-se de um homem do sistema (Banco Mundial, conselheiro de Clinton, prémio Nobel,...), tem contribuído, com as suas denúncias concretas sobre o ‘normal funcionamento dos mercados’, para a desmontagem da infernal engrenagem que nos consome. De tal modo que me penitencio por ainda não ter encontrado um tempo (que é diferente ‘apenas’ da falta de tempo) para ler o último livro dele publicado entre nós (Tornar eficaz a globalização), que comprei logo que saiu e jaze na prateleira à espera de uma oportunidade. Parece que agora, com este empurrão (não obstante tratar-se aqui de um outro artigo dele), é que vai mesmo...

Carlos Borges Sousa disse...

É isso mesmo; Stiglitz não só fala/escreve do que sabe, como sabe ( muito bem ) do que escreve/fala.
E, por isso, é que deve ser levado muito a sério.
Ainda e agora não tenho o seu último livro, dado que os outros, em tempo e por sua causa, foram devidamente "devorados"...