terça-feira, 29 de julho de 2008

A insustentável leveza de “ser” do PS, deste PS …

São muitos e variados os “queixumes” que militantes anónimos do PS vão debitando nos bastidores das organizações às quais pertencem; em surdina, muito em surdina, mas recorrentemente vão urdindo contra o “menino de ouro” sérias e fundadas críticas quanto ao modus operantis do partido do governo sem que, destas contestações, e porque mui provavelmente tratando-se de militantes anónimos, os OCS emprestem quaisquer ecos.
Desta feita, porém, os OCS dão noticia de uma “Carta Aberta” dirigida ao secretário-geral do PS, subscrita por um grupo de destacados militantes do distrito de Viseu - Joaquim Sarmento (ex-presidente da Câmara de Lamego ) Jorge Silva, João Botelho, Paula Rodrigues e Júlio Barbosa - denunciando :
«o PS onde nada se debate e há uma claustrofobia asfixiante, está cada vez mais reduzido à participação dos que ocupam cargos políticos».
Escrevem que : «um verdadeiro PS que lute contra a total submissão ao poder económico» em que «uns são cidadãos mais iguais que outros».
Alertam para «o país dos que têm poder económico e político, as mordomias, os salários chorudos e o país dos cidadãos que vêem com pavor o seu nível de vida a afundar-se, sem rendimentos para pagar as prestações da casa e os alimentos essenciais».
Referem «a exasperante posição de muitos deputados que noutras crises e lideranças arriscaram os seus confortáveis cargos em prol da liberdade crítica e do pluralismo de ideias e, que hoje se calam».
Denunciam, também, a actual liderança de José Sócrates de se render «à lógica do mais puro economicismo, destruindo o Serviço Nacional de Saúde, subvertendo o ideário da escola humanista e desvalorizando o papel do professor e da formação cultural do aluno».
No que concerne à justiça, referem que «está um verdadeiro lodaçal, sendo uma trincheira dos que têm mais posses e mais meios, em detrimento das classes mais desfavorecidas».
Pode, ainda, ler-se que «há uma grande responsabilidade do actual Governo, cujas reformas, na óptica da obsessão da redução do défice, tem penalizado primordialmente os mais pobres e carenciados».
Enfim, nada que não se soubesse que se “passe” no PS, neste PS; sublinha-se e regista-se, contudo, a importância da atitude destes militantes que, com esta “Carta Aberta” denunciam que, afinal e no reino do PS, o "rei vai nu"...

2 comentários:

Anónimo disse...

É em nome do realismo político ou da ausência de alternativas que o PS, este PS, age como age. Teoricamente continua a dizer-se de esquerda (conceito que politicamente já pouco define, é certo, pois dele se reclamam até alguns ultraliberais, dos que também são ‘neo’, os ‘ultraneoliberais’!), mas recorre cada vez mais a práticas de direita, a ponto de não haver diferenças significativas das políticas PS, PSD e até CDS (excelente barómetro disso é a Quadratura do Círculo, da SIC/N - que vejo cada vez menos, por falta de pachorra - o Pacheco Pereira e o Lobo Xavier estão quase sempre em sintonia, menos, é verdade, com o António Costa, ainda assim este parece-me, de momento, o mais ‘esquerdista’ dos PS no activo).
Daí a grande frustração dos que continuam a sentir, a pensar e a procurar agir à esquerda.

Carlos Borges Sousa disse...

São muitas e variadas as criticas de muitos militantes anónimos do PS que por todo o país vêem alertando as respectivas estruturas partidárias de que algo vai mal, muito mal com a práxis politica do "menino de ouro"
Talvez pelo facto de serem, por um lado de militantes anónimos e, por outro, pelo "abafamento" que a nomenclatura do PS tem conseguido fazer destes queixuma os OCS não as tem revelado.
Assim, e por isso, é importante que, tal como agora, um grupo de militantes ( onde alguns são, digamos, "notáveis") venham a lume com observações muito criticas à governança.
Quem sabe se, assim, o "balão" não vai esmo encher ???