segunda-feira, 28 de julho de 2008

Casmurrice e/ou "camurrice" ?..

João Cravinho, ex-deputado do PS, ex-ministro das obras públicas do PS, actualmente a viver e a trabalhar em Londres onde é administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), para o qual foi formalmente convidado por José Sócrates, o “dono” do PS, após e enquanto deputado ter apresentado um “pacote” de medidas de combate à corrupção que, em tempo e na Assembleia da República, o PS se encarregou de chumbar, foi o convidado de “Diga lá, Excelência” …
Na entrevista que, pelos vistos, deixou o PS em “estado de sítio” - e que pode e deve ser lida, e com muita atenção,
AQUI -, João Cravinho não só faz a avaliação da corrupção em Portugal, como explica os seus contornos e denuncia a putativa inércia do recém-criado Conselho para a Prevenção da Corrupção (CPC) …
O PS, lesto e pela voz de Alberto Martins, no seu bom estilo de truculência retórica que, e cada vez mais, se vem afirmando como a “voz do dono”, lá
RESPONDEU diga-se que : cobardemente, de forma intelectualmente muito cobarde, atacando o mensageiro e não discutindo - porque, pelos vistos, não interessa ao PS, a este PS - ignorando totalmente e propositadamente a mensagem.
O PS, no que ao combate à corrupção respeita, não consegue explicar ao país e aos portugueses a razão de ser do seu comportamento tão ínvio e tão dúbio nesta matéria.
De facto, e em meu entender, o combate à corrupção “pratica-se e não vive de proclamações” como arrogantemente insinuou Alberto Martins.
Pena é que Alberto Martins não se dê conta que, neste PS, é cada vez mais e só : a “voz do dono” …
É pena: quem te viu e quem te vê, Alberto Martins !..

3 comentários:

Anónimo disse...

Não foi só Alberto Martins o ‘moço de serviço’ que o PS encarregou de dar resposta ao Cravinho. Também o inefável Vitalino Canas, mais uma vez e por inerência, na sua função de porta-voz, veio a terreiro lançar mais umas achas para a fogueira, ao seu estilo habitual, de mandar umas bocas sem dizer nada, do género ‘o PS não recebe lições de ninguém na luta contra a corrupção’!!!
É certo que o Cravinho, ao ter aceite aquela ‘deserção’ com que parece ter sido comprado o seu silêncio, ficou exposto até aos ataques dos seus próprios correligionários. Foi isso, aliás, que o Alberto Martins, lhe recordou, se queria lutar que não ‘fugisse’ (apesar de ter o seu próprio grupo parlamentar contra si).
Entretanto, com isto, falou-se de tudo menos do que interessava mesmo, a corrupção e a luta contra os corruptos. Sobram, para já, as notícias que denunciam as escandalosas remunerações dos gestores públicos. Apesar da gravidade destas situações, sobra pouco!

Anónimo disse...

Afinal parece que me equivoquei. O autor da frase 'das lições' foi mesmo o Alberto Martins e não o Vitalino. Mas quase assegurava que o tinha visto por aí a falar também do assunto. A menos que o facto de isso ser já tão banal que, quando não aparece...a sua ausência impõe-nos na mesma a sua presença!

Carlos Borges Sousa disse...

O problema é que esta entrevista de João Cravinho não suscitou, como seria de esperar e face às denuncias que elencou, quaisquer processos de investigação mas, outrossim, processos de intenção.
O facto é que se, por um lado, João Cravinho pode(rá) ser considerado um "fujão", por outro lado o que é mesmo verdade é que o PS não tem querido actuar de forma clara e convincente; digamos que quase aparenta medo de afrontar de frente a corrupção, preferindo apresentar e aprovar medidas tipo MELHORAL, com as quais a coisa (i.e. a corrupção) fica)rá) tal e qual ...
A minha perplexidade face ao comportamento deste PS é tão só uma : porque será ?..