sexta-feira, 27 de junho de 2008

Uma (outra) Verdade Inconveniente

A Oxfam, uma organização não-governamental dedicada ao combate à pobreza no mundo, divulgou um relatório, «Another Inconvenient Truth», no qual diz que a substituição de combustíveis tradicionais por biocombustíveis levaram mais de 30 milhões de pessoas à pobreza e em nada contribuem para combater as alterações climáticas. Segundo o documento, as chamadas «políticas verdes« dos países desenvolvidos contribuirão para o aumento dos preços dos alimentos, o que atinge mais os pobres. O texto cita dado do Banco Mundial, que estima que o preço dos alimentos subiu 83 por cento nos últimos três anos.
O relatório da Oxfam crítica os subsídios e incentivos fiscais concedidos por países ricos para apoiar sua própria produção de biocombustível. Os países ricos gastaram cerca de 15 mil milhões de dólares no ano passado para apoiar a produção de biocombustíveis ao mesmo tempo em que impedem a entrada do etanol brasileiro, que é mais barato e que é muito menos prejudicial para a segurança alimentar global e para o meio ambiente, afirma este relatório. Este é o mesmo montante, segundo a Oxfam, necessários para ajudar os pobres a enfrentarem a crise de alimentos.
Para a Oxfam o etanol brasileiro é o mais favorável biocombustível do mundo. O relatório afirma que:
«Embora a produção de etanol brasileiro esteja longe de ser perfeita e apresente vários problemas sociais e de sustentabilidade ambiental, este é o mais favorável biocombustível no mundo em termos de custo e equilíbrio de gases do efeito estufa». O documento inclui uma comparação com o biocombustível proveniente do milho produzido nos EUA, dizendo que sua produção é muito dependente de combustíveis fósseis, representando «um dos piores» equilíbrios entre gases do efeito estufa e uso de energia. O relatório pede ainda à União Europeia que cancele a meta de fazer com que 10 por cento dos transportes usem biocombustíveis até 2020. A Oxfam estima que a meta da UE pode multiplicar as emissões de carbono 70 vezes até 2020.
(Via : Notas ao Café/O Globo )

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