quinta-feira, 19 de junho de 2008

Eu, por mim, prefiro o “ditador” Chavez ao “democrata” Bush ...

Ontem, com muito interesse e atenção, assisti à entrevista de Mário Soares a Hugo Chavez.
Fiquei, então, e caso (me) subsistissem dúvidas, a perceber mais e melhor das razões pelas quais prefiro o “ditador” Chavez ao “democrata” Bush.
Por cá, vão continuar a chamar-lhe de ditador; pese o facto como, de resto, foi lembrado por Mário Soares : “ter sido eleito por uma esmagadora maioria, em eleições internacionalmente fiscalizadas e consideradas genuínas por todos os observadores”
Espantou-me a matriz cultural de Hugo Chavez e, para mim, ficou claro, muito claro das razões pelas quais Bush e os “bushistas” detestam este “ditador” .
Acho, mui sinceramente que a Esquerda em Portugal, e também aquela a que pertenço, ao invés de, por vezes, levianamente “falar” da Revolução Venezuelana deveria, outrossim e com “olhos de ver”, debruçar-se com mais rigor e muito mais atenção às transformações que se estão a operar na Venezuela.

7 comentários:

José M. Sousa disse...

Pois a mim não me espantou a cultura política e o conhecimento da história do seu continente que Chávez demonstrou!
Só a soberba e extrema arrogância é que não permitem ver que ele tem de facto um projecto político abrangente para a Venezuela e para uma América Latina mais coesa e autónoma face às grandes potências; e que não é apenas populismo baseado no petróleo ou que negoceia o petróleo caro como qualquer outro país ou empresa petrolífera.

Numa coisa ele parece ter razão: os que temem o sucesso da sua experiência, nos EUA e na Europa, é porque têm receio de que possa servir de exemplo para os movimentos que exigem uma sociedade mais justa e equilibrada, livre mas solidária ( a comparação com a propriedade absorvente do zero na matemática foi muito bem apanhada)

E gostei de ver a conversa solta, sem poses protocolares: Mário! tu cá , tu lá!

Anónimo disse...

Apesar de avisado e muito interessado, não me foi possível acompanhar esta entrevista, por impedimento súbito. Tentei gravá-la e errei o alvo. Depois procurei no ‘site’ da RTP a reprodução e não estava disponível. Por último, procurei noutros canais da estação eventuais repetições, como é uso (por vezes mesmo abuso) em casos semelhantes e não existe, para já, nada programado (até fui ao RTP Memória!).
«Incrível»: os programas mais anódinos, sensaborões, pastelões e outras injecções de insuportável parcialidade têm a honra e o privilégio de ocuparem, vezes sem conta, o espaço televisivo e ficar disponíveis para crentes, pingentes e toda a espécie de alienígenas. O trabalho de dois dos mais importantes ‘opinion-makers’ da actualidade, passa, envergonhado e de raspão, pelo éter, não vá a mensagem conspurcar ouvidos pios.

Retiro o «incrível»: é simplesmente «miserável e abjecto»!

Insondáveis desígnios da televisão pública. Ou antes, dos que a comandam e controlam como se coisa sua (ou dependente dos seus propósitos e perspectivas pessoais) apenas se tratasse.
Assim, na impossibilidade de me pronunciar, para já, sobre o conteúdo da entrevista, aqui fica registado o meu protesto formal (de nada vale, eu sei, mas ao menos desabafo).

Carlos Borges Sousa disse...

Caro Zé,
Tens toda a razão. De facto, o que mais me surpreendeu foi, afinal, a clareza e a convicção com que, de forma desconstraída e cordata, dissertou/respondeu a todas as questões, então, perguntadas.
Ora, e sendo certo que o petróleo (lhe) empresta uma grande ajuda, o facto, para mim mais relevante, é que Hugo Chavez não é, afinal, só populismo.

Anónimo disse...

Mas é óbvio que também subscrevo o título deste texto. De longe!

Carlos Borges Sousa disse...

Caro AVCarvalho,
A informação que tenho é que, oportunamente, as "Entrevistas de Mário Soares" estarão disponíveis no sítio da RTP.
Não sei é quando ...

José M. Sousa disse...

A entrevista repete na RTP N dia 26 de Junho à 01.00

Anónimo disse...

Caro José M. Sousa,
Agradecido pela informação, que só agora a RTP disponibilizou. No dia seguinte à entrevista (pelo menos) nada constava e o certo é que, noutros programas, a estação é bem mais solícita e, já agora, pródiga também (porquê só mais uma vez?).