terça-feira, 6 de maio de 2008

A irrelevância do sr. Gonçalves

Vegeta nas páginas do DN (e agora, parece, também da Visão!) um escriba, de nome gonçalves (com minúsculas, que a mais não se abalança a obra deste homúnculo), auto-intitulado sociólogo (porventura na vã expectativa de emprestar alguma credibilidade aos escarros que regurgita), obcecadamente ‘entretido’ em ridicularizar os seus ódios de estimação – estatismo e socialismo – disparando sobre tudo o que ameace o sacrossanto princípio do ‘mercado livre’, esteio, assevera, das liberdades.

Da estirpe do Espada, mais inclinado para a pilhéria e a boçalidade (o outro, empertigado, bebe do fino, não passa cartão à ralé, cultiva o ‘british profile’, empenhado em arregimentar nas altas cavalarias aristocráticas), consideram-se, ambos, investidos na missão de salvar a Humanidade dos malefícios do totalitarismo do Estado (naturalmente, apenas aquele que não promova a ‘liberalização’!) e dos resquícios, pensam eles, do socialismo marxizante. Daí falarem em extirpar o Mal e difundir o Bem, linguagem que, como se sabe, adquiriu um elevado cunho científico na era pós-Bush, de que se assumem fiéis prosélitos, justificando os objectivos sectários destes fundamentalistas esconsos.

Duas pérolas respigadas nos dislates expendidos na crónica do DN (‘dias contados’) do último domingo:
– A luta anti-fascista ‘excita as vocações totalitárias’ (pretendendo devolver assim a acusação dos que o apodam de ‘fascista’, por afirmações, diga-se, que os seus epígonos não desdenhariam);
– A obscena ligação que estabelece entre realidades tão dramaticamente diversas como a infâmia da fome, o inaudito episódio austríaco ou... a marcha pela legalização da cannabis (!!!), que ocorreu em diversas cidades .
Na tentativa canhestra de se distanciar do epíteto de que foi acusado, aproveita, no mesmo escrito, para zurzir no Adolf (Hitler, pois claro, mas de mansinho, não desperdiçando a oportunidade para alargar ‘a toda a parte, a toda a hora’ a razão desta beata sacudidela), afinal ‘este’ também era austríaco!

Aqui declaro, para que conste, que apenas suporto a leitura de tais despautérios por me saber bem distante – e imune! – aos efeitos destes, com a vossa licença, excrementos.

2 comentários:

Carlos Borges Sousa disse...

Caro Amigo,
Excelente !!! Tem toda a razão em/para "zurzir" neste tal de Gonçalves - sociólogo (?) ...

José M. Sousa disse...

o artigo do dito senhor; é incrível a série de tipos ineptos com coluna de opinião em jornais de grande circulação