quarta-feira, 30 de abril de 2008

Esqueletos fora do armário ? (2)

Novos partidos: a moral e a técnica no lugar da política

Os dois novos partidos já anunciados (o MMS de Eduardo Correia e o MEP de Rui Marques), têm como ponto de partida comum a constatação de que o actual modelo de governação política se encontra esgotado. No entanto, as propostas apresentadas para modificar (ou mesmo, vá lá, revigorar) tal estado de coisas, nada vêm acrescentar ao palavreado de boas intenções que consta dos programas dos partidos existentes, os tais responsáveis pela situação que se diz querer alterar.
Dir-se-á: as propostas conhecidas não passam, por enquanto, de proclamações muito genéricas, os programas específicos vêem (já) a seguir. Contudo:
1. Os escritos já disponíveis (sites na net,...) permitem concluir que, mais que propostas políticas novas, o que 'estes' novos partidos se propõem é, quando muito, moralizar a vida social e política do País. Como? Promovendo o mérito na base de uma maior qualificação das pessoas (MMS), irradiando a esperança através de uma cultura de pontes e de negociação (MEP). Assim apresentados, pode parecer demasiado redutor e até caricatural. Mas o certo é que não se lhes conhece uma única proposta política de alteração na organização social, no modelo económico, sequer nas estruturas governamentais.
2. Ao proclamarem excluir-se da tradicional divisão ‘esquerda-direita’, estão a avisar que, para eles, a política se reduz à ‘gestão técnica’, por um lado, à ‘moralização ética’, por outro – de que se arrogam os lídimos intérpretes – de um modelo social único e inquestionável. O redentorismo implícito na lógica destes projectos, impõe a conclusão (sem qualquer juízo de valor) de que os partidos tradicionais não passam, então, de coutadas onde se acoita a cambada de incompetentes e/ou a gente pouco séria e honesta que nos tem (des)governado.
3. Nada a apontar, pois, a este modelo social, os homens que o interpretam é que têm sido uns malandros: daí a aposta exclusiva em mudanças de tipo comportamental, reconhecidamente indispensáveis, mas que apenas podem aspirar a produzir efeitos a muito longo prazo...

Aguardemos então os próximos desenvolvimentos (caso os haja), para melhor comprovar o que fica dito.

1 comentário:

Carlos Borges Sousa disse...

Meu caro,
Perguntado ao lider do MMS se, este, era de esquerda e/ou de direita, eis a resposta:
- "para nós, são conceitos ultrapassados, tiveram o seu papel na história. Quanto muito, consideramo-nos um partido da frente"
Ora, um bom f-u-t-u-r-o MMS !?!?!..