terça-feira, 29 de abril de 2008

Confirmo: nem tudo são "cardos"

Acabo de regressar de mais uma viagem à Encarnação, aonde me desloquei para visitar um familiar doente. A Encarnação é, para os mais distraídos, a localidade onde mais se fabrica o famoso pão de Mafra, sendo esta a actividade que, até agora, a projectava para o exterior. E digo, até agora, para introduzir o motivo desta minha aparente excentricidade por trazer aqui o nome de uma terra que, para além do saboroso pão, parecia pouco mais ter de relevante a oferecer-nos.
Ora, aproveitando a ‘boa onda’ aqui inaugurada pela minha amiga Lebasi Mendes, quero daqui saudar uma obra que me parece a todos os títulos modelar. Falo da Unidade de Cuidados Continuados da Encarnação, precisamente a Instituição em que se encontra o meu familiar doente. A excelência vai desde as instalações, à organização ou à competência, dedicação e simpatia de todos os seus profissionais.
Mas o que importa sobretudo destacar é a forma como tudo isto teve origem. Tendo iniciado a sua actividade já este ano, esta obra surge em resultado da conjugação da acção governamental com a iniciativa do associativismo local:
– A acção governamental traduziu-se, antes de mais, no enquadramento normativa deste Governo PS no domínio da saúde (a tão criticada reforma de Correia de Campos na base dos 3 Cuidados – Primários, Hospitalares e Continuados) e do apoio subsequente da Segurança Social;
– Por sua vez, a Associação de Socorros da Encarnação ergueu um edifício exemplar, polivalente, destinado a Unidade de Cuidados Continuados e a Lar da 3ª Idade (presumo até, sem confirmação, que tenha sido esta a motivação inicial dos seus promotores, depois ajustada em função das possibilidades abertas pela referida reforma da saúde).
É justo ainda referir, mesmo que politicamente incorrecto, que esta reforma, no que aos Cuidados Continuados diz respeita, teve início ainda no Governo do Guterres, mas depois interrompida no Governo do Barroso (substituída por um arremedo condenado ao fracasso). Do Governo do Santana nada consta, o que é, afinal, o pior que se pode dizer de um Governo (embora se não ignore a conjura internacional montada para derrubar do poder o ‘menino guerreiro’!!!).
Sabe bem, de quando em vez, estarmos atentos às coisas boas que por cá se vão também fazendo – e não são só auto-estradas, embora estas também dêem muito jeito – e delas darmos pública nota. Da acção governativa às múltiplas formas de promoção associativa.
Pois então, para que conste.

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